CARNIFEX

Carnifex_LogoSe o deathcore é tão mal visto na actualidade, isso não se deve certamente aos Carnifex que, desde 2007, editam álbuns brutos, dinâmicos e honestos como poucos. E, se ao facto de serem um dos nomes que mais vende no catálogo da toda-poderosa Victory Records, juntarmos uma fama de darem concertos explosivos e intensos como o raio, percebemos que o quinteto californiano é mais do que a habitual cópia de Job For A Cowboy ou Whitechapel a que estamos habituados. O vocalista Scott Lewis tirou uns minutos da sua preenchida agenda para nos falar do novo disco «Die Without Hope»

Carnifex2013bFizeram uma curta pausa nas vossas actividades antes de voltarem agora com um novo guitarrista e um novo disco. O que aconteceu ao grupo entre 2011 e 2014?
Tirámos uma folga da indústria musical para nos concentrarmos nas nossas vidas pessoais e acertarmos algumas coisas nos assuntos da banda. O Shawn [Cameron, baterista e teclista] continuou a compor nesse período e, quando decidimos voltar, tínhamos já uma boa parte do álbum escrita.

Não sabiam, por isso, que ele ia sair por uma editora mais orientada para o metal como a Nuclear Blast, em vez de uma empresa mais vocacionada para o hardcore como a Victory?
Não, não sabíamos. O disco estava quase completo quando começámos a falar com outras editoras. Nunca adaptámos a nossa música para que encaixasse em qualquer editora e certamente não o íamos começar a fazer agora. Escrevemos aquilo de que gostamos e que queremos tocar.

O vosso deathcore é brutal mas não lhe falta dinâmica e arranjos técnicos. Quais eram as vossas principais influências quando começaram o projecto e quais são as influências agora?
Temos as mesmas influências que sempre tivemos. A diferença é que, quanto mais tempo passamos a fazer uma coisa, melhor a fazemos. Escrevemos música há quase dez anos e em cada um desses anos melhoramos enquanto banda.

Carnifex - Die Without HopeLançar o quinto álbum é um momento importante para uma banda, uma vez que já tem um estilo com que os fãs contam mas não querem estar sempre a repetir o mesmo trabalho. É esse o motivo para terem neste disco um tema mais negro como o «Dark Days»? Pensam neste tipo de coisas?
Limitámo-nos a continuar a fazer aquilo que sempre fizemos. Que é, basicamente, escrever a música de que gostamos e queremos tocar. As canções do «Die Without Hope» são variadas entre si porque exploramos diferentes texturas em diferentes faixas.

Desta vez optaram por trabalhar com o Mark Lewis na produção. Porque o fizeram e como foi a experiência?
O Mark trabalhou numa boa quantidade de álbuns de alguns amigos nossos. As bandas com quem falámos, que tinham produzido com ele, todas tinham grandes coisas a dizer. Isso, combinado com o facto de que os discos deles tinham um som espantoso, tornou a decisão muito fácil.

O deathcore tem uma imagem negativa devido a algumas bandas mais populares e aos miúdos que as seguem. O que achas do “fenómeno Bring Me The Horizon” e como achas que esse tipo de coisas podem afectar os Carnifex?
Não penso nada sobre isso. Perguntam-nos muitas vezes isso em entrevistas, mas na realidade não faz qualquer tipo de sentido. Enquanto banda, escrevemos aquilo que gostamos. Não pensamos em etiquetas ou géneros. Não nos afecta de forma nenhuma.

Carnifex2014cSão conhecidos pela intensidade dos vossos concertos. É difícil manter o espectáculo tão intenso noite após noite quando fazem cada vez mais digressões, e mais longas?
Por esta altura, sabemos exactamente o que precisamos de fazer ao vivo. É claro que, até certo ponto, existe um sentido de repetição porque tocamos as mesmas canções todas as noites, mas tentamos fazer o nosso melhor para dar aos fãs o melhor espectáculo possível.

A banda não é exactamente nova e vocês já fazem isto há uma década, com cinco álbuns editados. Que idade têm? Os lucros obtidos chegam para viverem disto?
Estamos no final dos vinte e é extremamente difícil viver do metal, mas somos suficientemente sortudos para conseguir fazê-lo.

Venderam uma impressionante quantidade de cópias dos vossos primeiros lançamentos. Os mais recentes também venderam bem? Esse nível de vendas dá-vos algum dinheiro ou o lucro continua a vir principalmente dos concertos e venda de merchandise?
O nosso primeiro disco é, para ser sincero, o que menos vendeu. O último que lançámos foi o que vendeu melhor e temos como objectivo deste vender ainda mais. No passado nunca fizemos qualquer dinheiro com a venda de discos, mas com a estrutura do nosso acordo com a Nuclear Blast as coisas vão ser diferentes agora.

Mudam alguma coisa ou adaptam a vossa composição em estúdio àquilo que sabem que funcionará – ou não – ao vivo?
Não posso dizer que o façamos. Escrevemos basicamente aquilo que queremos ouvir. Compomos o que gostamos e o que nos diverte tocar. As canções que queremos que os nossos fãs escutem. Preocupações sobre o género a que pertencem, em que editora vão sair, a diferença entre a gravação e o que tocamos ao vivo acabam por ser uma boa forma de escrever um álbum fraquinho. Temos de escrever com um interesse genuíno pela música que adoramos e é esse o nosso objectivo a cada disco.

«Die Without Hope» é editado no dia 7 de Março.
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