O FIM-DE-SEMANA NUM MINUTO 05.01.2020

Os espanhóis Crisix (na foto) actuam em Portugal em Fevereiro, na sua The Underground Tour. Os concertos acontecem nos dias 20 (Metalpoint, Porto) e 22 (em local a anunciar em Lisboa), com uma banda convidada ainda por definir. O quarteto de thrash catalão trará na mala temas dos seus cinco álbuns de originais, com natural enfoque no mais recente «Sessions #1 – American Thrash», lançado o ano passado pela Listenable Records.

A mexicana Marcela Bovio, vocalista de projectos como Mayan, Stream Of Passion ou Arjen Lucassen’s Star One, anunciou que está a ser combater um cancro cervical. A cantora de 40 anos, que vive na Holanda há mais de uma década, já iniciou os tratamentos e o prognóstico é, segundo a própria, “muito positivo”.

Os australianos Voyager, que actuam em Junho no Comendatio Music Fest, em Tomar, apelaram à ajuda internacional ao seu país, face aos terríveis incêndios que têm assolado a Austrália. A banda de metal progressivo referiu nas redes sociais que locais como os mostrados neste vídeo estão a arder às centenas e apela à ajuda através de contribuições monetárias para a Cruz Vermelha local.

O DIA NUM MINUTO 03.01.2020

Os My Dying Bride (na foto) anunciaram a edição do seu novo álbum de originais, intitulado “The Ghost Of Orion”, para o dia 6 de Março, via Nuclear Blast. O 14.º longa-duração da banda britânica será o primeiro a contar com o baterista Jeff Singer (ex-Paradise Lost) e com o guitarrista Neil Blanchett (Valafar). O primeiro single, «Your Broken Shore», pode ser visto em baixo.

Anders Odden, baixista dos noruegueses Satyricon e guitarrista de Cadaver, anunciou que sofre de cancro de cólon. O músico de 47 anos recorreu às redes sociais para dar a notícia, revelando ainda que tem cirurgia prevista para a próxima segunda-feira, dia 6 de Janeiro, com vista a remover os tumores malignos e eventuais nódulos que sejam encontrados.

OZZY ALEGADAMENTE NO LEITO DE MORTE, FAMÍLIA DESMENTE

A notícia foi alegadamente avançada pelo Radar Online, um site de “rumores”, mas vários órgãos de comunicação social musical – como o Pop Culture, Ultimate Guitar e Rock Bizz – começam a noticiá-lo com insistência. Ozzy Osbourne estará no seu leito de morte, em dores constantes e nem sempre lúcido.

A mesma fonte adianta que o vocalista de Black Sabbath terá começado a receber medicação para “acabar com o seu sofrimento”, não sendo claro em relação ao que isso significa. A mesma peça afirma ainda que Ozzy terá períodos em que não reconhece a sua família directa, incluindo a esposa Sharon Osbourne.

Sharon, recorde-se, passou o natal no Reino Unido devido a compromissos profissionais, mas o músico não terá viajado devido aos recentes problemas de saúde, que se precipitaram quando Ozzy sofreu uma queda num acidente doméstico em 2019.

Ozzy Osbourne tem um novo álbum de originais, intitulado “Ordinary Man” agendado para a primeira metade deste ano. Recentemente lançou o primeiro single e vídeo do registo, “Under The Graveyard”, que pode ser visto abaixo.

[Actualização] Ontem, Kelly Osbourne, filha de 35 anos do músico, usou as redes sociais para desmentir a notícia do Radar Online. “Hoje tive um magnífico início de 2020“, escreveu. E continuou “Saí para almoçar com a minha família. Depois passei o resto do dia a almoçar e a divertir-me com o meu pai. Depois vim para casa e vi artigos doentios sobre o meu pai estar supostamente no seu ‘leito de morte’; por vezes os media enojam-me“. E concluiu “Não é segredo nenhum que o meu pai teve um ano difícil no que diz respeito à saúde, mas estas notícias são pura treta“.

Jack Osbourne, o outro filho de Ozzy, tinha publicado na semana passada uma foto natalícia de família em que o músico, para além de estar presente, aparece muito bem disposto.

O DIA NUM MINUTO 30.12.2019

Elijah Nelson (na foto), baixista dos norte-americanos Black Breath, faleceu neste fim-de-semana. A causa da morte não foi, para já revelada, assim como não foram dados pormenores sobre as circunstâncias da fatalidade. A banda de crust/death metal/grindcore oriunda de Seattle tinha editado o seu terceiro disco «Slaves Beyond Death» em 2015, via Southern Lord, depois do qual tinha entrado num hiato de actividades. 

Morreu Stephen Kasner, artista gráfico responsável por capas de artistas como Sunn O))), Integrity, Lotus Eaters, Skullflower e Justin Broadrick, entre outros. Stephen, cujo falecimento foi confirmado por Dwid, vocalista dos Integrity, nas redes sociais, tinha 48 anos e a causa da morte ainda não foi divulgada. Em Dezembro de 2010, recorde-se, Kasner tinha emitido um pedido de ajuda público para que a sua arte fosse comprada de modo a ajudá-lo a combater um “problema muito sério de saúde” que lhe havia sido diagnosticado. O artista tinha também um projecto musical, chamado Blood Fountains.

O baixista Magnus “Devo” Andersson anunciou a sua saída dos suecos Marduk. O músico de 49 anos anunciou a sua saída num post de Facebook no passado dia 29, revelou querer dedicar-se mais ao trabalho de estúdio, desejando boa sorte à banda. Devo, recorde-se, chegou a ser guitarrista dos Marduk entre 1992 e 1994, tendo regressado em 2004 para o posto de baixista. O grupo ainda não anunciou qualquer substituto,

DEZ DISCO ESSENCIAIS – SEMANA 26

BULLET FOR MY VALENTINE
«Gravity»

Spinefarm Records

Os galeses Bullet For My Valentine foram das primeiras bandas de metalcore a atingirem o estrelato e, mesmo duas décadas depois da sua formação, mantêm a relevância à conta de uma sábia gestão de carreira e poder evolutivo. «Gravity» é o sexto álbum de originais do quarteto e promete não desiludir os fãs.


CRYSTAL VIPER
«At The Edge Of Time» EP

AFM Records

Cerca de um ano depois do último álbum de originais e numa altura em que se sabe que a banda estará em Portugal em Dezembro, os polacos Crystal Viper regressam com um novo EP. Heavy metal clássico continua a ser a proposta, mas em «At The Edge Of Time» a banda arrisca um pouco, com um tema cantado em polaco e duas versões (de Giallo e Quartz), entre dois temas originais cantados em inglês.


FATES WARNING
«Live Over Europe»

InsideOut Music

Os Fates Warning são um dos expoentes máximos do metal progressivo e os seus concertos são testemunhos da exuberância técnica e dotes de composição invulgares que a banda possui. «Live Over Europe» é um disco duplo ao vivo que serve de documento da última digressão que a banda norte-americana fez na Europa. Disponível em edição “normal” e no Mediabook de dois CD que já é tradicional na InsideOut.


MOUNTAINEER
«Passage»

Lifeforce Records

Abram alas para o doom metal/shoegaze dos Mountaineer que, directamente da Bay Area, nos bombardeiam com os sons melancólicos e as emoções fortes contidos no seu segundo álbum, «Passage». Um dos lançamentos mais surpreendentes desta semana.


NECRYTIS
«Countersighns»

Pure Steel Records

Oriundos dos E.U.A. e com dois elementos de Sure’s Idol na formação, os Necrytis são um trio de heavy metal clássico que se estreia em disco com o álbum «Countersighns». A abordagem simples e eficaz destaca-se, assim como a composição honesta e a tendência para os riffs clássicos. Uma estreia auspiciosa de uma banda a seguir com atenção por parte dos fãs de heavy metal sem aditivos.


NONEXIST
«In Praise Of Death» EP

Mighty Music

Os suecos Nonexist praticam thrash/death metal melódico com a autoridade que a sua nacionalidade lhes dá e o talento de terem elementos de Andromeda, Skyfire e um músico (Johan Reinholdz) que toca com os Dark Tranquillity ao vivo. O novo EP, «In Praise Of Death», conta mesmo com um tema em que Mikael Stanne (Dark Tranquillity) e Michael Amott (Arch Enemy) participam como convidados.


SHYLMAGOGHNAR
«Transience»

Napalm Records

Os holandeses Shylmagoghnar surpreenderam a cena quando, em 2014, lançaram o auto-financiado disco de estreia «Emergence», que continha uma mistura quase perfeita de death metal melódico, metal progressivo e black metal. Agora regressam com o sucessor, numa editora grande, e com planos para conquistar o mundo.


THE EVIL
«The Evil»

Osmose Productions

Oriundos de Minas Gerais no Brasil, os The Evil são um quarteto de doom/stoner metal absolutamente negro e obscuro, cujo álbum de estreia homónimo, editado digitalmente pela banda há cerca de um ano, chamou a atenção da influente Osmose Productions. E agora aqui está ele, lançado em CD, vinil e cassete, pronto para ser a banda sonora de rituais vários e “viagens” mais ou menos ácidas.


THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA
«Sometimes The World Ain’t Enough»

Nuclear Blast

Começam a ser curtos os adjectivos superlativos para definir os The Night Flight Orchestra, projecto de AOR clássico gerido por Bjorn “Speed” Strid (Soilwork) e Sharlee D’Angelo (Arch Enemy). «Sometimes The World Ain’t Enough», o quarto álbum de estúdio da banda, é mais uma bela colecção de temas inspirados em Journey e Thin Lizzy que deixarão os metaleiros a cantar refrões.


VANHELGA
«Fredagsmys»

Osmose Productions

Oriundos da mesma escola SDBM dos Shining, os suecos Vanhelga têm tido uma carreira mais discreta, mas nem por isso menos interessante. «Fredagsmys» é o quinto álbum de originais do quarteto e não desiludirá os fãs de nomes como Lifelover, Apaty ou Woods Of Infinity.

ANALEPSY EM DIGRESSÃO EUROPEIA NO VERÃO

Analepsy tourOs lisboetas Analepsy vão passar boa parte do Verão numa digressão pela Europa. A The Curse Of Earth Tour juntará a banda de death metal brutal nacional aos norte-amerianos AngelMaker, aos espanhóis Cannibal Granpa e aos ingleses Osiah e terá duas dezenas de datas, com a banda portuguesa a participar entre 5 e 25 de Agosto. Nenhum dos concertos é, no entanto, em Portugal. O périplo visitará países como a Inglaterra, Alemanha, Itália, Suíça, Bélgica, Eslováquia e Áustria.

Os Analepsy foram formados em 2014 por elementos e ex-elementos de outras bandas nacionais como Brutal Brain Damage, Festering e Formaldehyde. Lançaram, até ao momento, um álbum de originais («Atrocities From Beyond», de 2017), um EP («Dehumanization By Supremacy», de 2015) e um split com os noruegueses Kraanium.

CRYSTAL VIPER: DIGRESSÃO IBÉRICA EM DEZEMBRO

Crystal Viper_tour ibéricaOs Crystal Viper cumprem uma digressão ibérica em meados de Dezembro e há duas partes desta notícia que interessam aos fãs portugueses da banda polaca: os lusos Toxikull foram o grupo escolhido para acompanhar o périplo e a data nacional desta tour será no Stairway Club, em Cascais, no dia 13.

O quarteto de heavy metal clássico liderado pela vocalista Marta Gabriel estreia-se assim, desta forma, no nosso país ao vivo, depois de em 2014 chegarem a estar anunciados no festival Pax Julia Metal Fest, mas serem obrigados a cancelar a sua presença devido a um problema de saúde da cantora. Mas desta vez promete ser a valer: a digressão ibérica contará com quatro datas entre 13 e 16 de Dezembro, sendo a primeira em Cascais.

Os Crystal Viper estrearam-se em disco há 11 anos com «The Curse Of Crystal Viper» e chamaram logo a atenção com um heavy metal que reparte tradição com garra e que se destaca pelas letras de fantasia e horror. Desde aí, o colectivo oriundo de Katowice já editou mais cinco álbuns, sendo o mais recente «Queen Of The Witches», disponibilizado o ano passado.

MORREU VINNIE PAUL

Vinnie Paul Abott, baterista dos Hellyeah e co-fundador dos Pantera, faleceu ontem, dia 22 de Junho, aos 54 anos. A notícia foi avançada pelo site oficial dos Pantera, que não adiantou mais detalhes sobre a morte do músico e pediu privacidade para a família enlutada.

Vinnie Paul foi, em 1981, um dos fundadores dos influentes Pantera, juntamente com o seu irmão Dimebag Darrell, que viria a morrer tragicamente em palco em 2003, assassinado por um fã quando tocava com a sua banda paralela Damageplan. Esse desparecimento foi o fim oficial dos Pantera e, desde aí, Vinnie Paul dedicou-se aos Hellyeah, com os quais editou cinco álbuns, o último dos quais «Unden1able» em 2016.

Vinnie faleceu sem nunca fazer as pazes com Phil Anselmo, vocalista dos Pantera, que indirectamente acusou de ser responsável pela morte do seu irmão, através de declarações nada abonatórias sobre o guitarrista feitas apenas algumas semanas antes do assassinato do mesmo. Os dois não se falavam desde essa altura.

ARES – LOBO SOLITÁRIO

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João Pedro, aka Ares

João Pedro, mais conhecido no mundo da música como Ares, é um dos pilares da cena extrema portuguesa como a conhecemos. Foi co-fundador dos Moonspell em 1992 (juntamente com Fernando Ribeiro, Pedro Paixão e Mike Gaspar, que permanecem na banda, e com os guitarristas Mantus e Malah) e gravou registos essenciais da banda como «Under The Moonspell», «Wolfheart» ou «Irreligious». Antes disso já tinha gravado a maqueta «Os Métodos do Pentagrama» com os Filii Nigrantium Infernalium. Depois dos Moonspell, o baixista fundou projectos como Witchbreed e Deepskin, tendo também emprestado os seus talentos à segunda maqueta dos Monx Lvnae. Agora, o lobo solitário tem um novo projecto em mãos – Babel – e aproveitámos para interpelá-lo e fazer uma espécie de balanço de carreira.


Desde a morte do Quorthon e depois do Peter Steele que algo mudou na minha perspectiva pessoal. Parte do encanto e do mundo a que eu pertenci acabou.


Quais são os teus projectos – musicais e extra-musicais – actuais e para o futuro mais próximo?
Projectos musicais estão sempre a acontecer, primeiro na minha cogitação criativa, o que pode levar algum tempo até a ideia e a motivação ideal se concretizarem, depois no plano prático da gravação e montagem do projecto, que demora sempre outro tanto tempo. Neste momento, em fase de acabamento, tenho um projecto em formato de duo que verá a luz do dia este ano. Já está gravado e estamos na fase do vídeo, que vai ser filmado nas próximas semanas. Projectos extra-musicais consistem “apenas” em aproveitar a vida o melhor possível, usufruir da companhia dos amigos, da família, prestar atenção e auxílio a quem me é querido, comer bem e beber ainda melhor. Tudo o que não é criar música resume-se a lazer e tentar ignorar o máximo possível o ruído da “vida real”.

Como encaras a cena underground nacional actual? Como a classificarias?
Classifico-a como sendo constituída por bons músicos, projectos e bandas muito interessantes e bons meios técnicos de estúdios mas, principalmente, bons produtores. Faltam pessoas interessadas em management e booking agencies que permitam às bandas entrar no circuito das tours internacionais com regularidade e outros componentes desta natureza. A matéria prima criativa está cá, o know how musical também, a força de vontade tão característica dos portugueses também, faltam apenas colmatar algumas falhas crónicas para podermos ter uma cena underground ao nível da Grécia, Itália ou França.

Como recordas a tua saída dos Moonspell no final dos anos 90? Guardas alguma mágoa?
Foi um período conturbado da minha vida, não há como esconder, e tudo o que se passou a seguir não foi menos difícil. No entanto, o que conta são os grandes discos que escrevi e gravei naquele período, as tours com Morbid Angel, Type O Negative, Tiamat, Samael, Rotting Christ, The Gathering, etc. Por essa razão, não acho que hajam motivos para mágoas, apenas motivos de orgulho por ter criado uma banda que fez história. A nível pessoal, não tenho nada a lamentar e acho que posso dizer que num curto espaço temporal realizei muitos dos meus sonhos ao conhecer e tocar com grande parte das minhas bandas preferidas.

Como encaras a carreira da banda desde aí?
Não tenho muito a dizer pois só conheço algumas músicas e vídeos, com as quais me vou cruzando a espaços, principalmente na internet. Nunca assisti a nenhum concerto da banda após a minha saída e não estou ao corrente do percurso após a minha saída ou presente da banda. MoonSpell é um nome e conceito que eu criei e que me é muito precioso do ponto de vista pessoal, como tal prefiro mantê-lo onde o deixei, intacto e preservado no passado.


Foi um período conturbado da minha vida, não há como esconder, e tudo o que se passou a seguir não foi menos difícil. No entanto, o que conta são os grandes discos que escrevi e gravei naquele período.


Considerando a tua visão para os Moonspell na altura da sua formação, como imaginas a banda actualmente se tivesses permanecido na formação?
Não consigo fazer esse exercício de projecção. No entanto, seja qual for a visão da banda neste momento, acredito que a minha continuidade na banda apresentasse elementos distintos, obrigatoriamente. O mundo mudou muito desde 1992 – altura dos Morbid God – as pessoas também, as aspirações e ambições pessoais estão sujeitas a pressões muito mais exigentes e é comum as bandas comprometerem as suas origens e cederem a fórmulas fáceis no que toca às opções artísticas. No entanto, quer-me parecer que o público não está igualmente preocupado com conteúdos e substância; por norma as pessoas respeitam as manifestações de força e admiram tudo o que brilha. É tudo uma questão de percepção, presumo eu.

Nos últimos anos, uma série de ícones do metal têm desaparecido para sempre. Preocupa-te o facto de não existiram ainda substitutos à altura no “panteão” da música extrema?
Não me preocupa porque é algo natural, tem de acontecer. Desde a morte do Quorthon e depois do Peter Steele que algo mudou na minha perspectiva pessoal. Parte do encanto e do mundo a que eu pertenci acabou. Conheci esses dois músicos pessoalmente em situações distintas, e foi algo que me mudou, juntamente com o [desaparecimento] do Dimebag, Dio, Jeff Hanneman e agora recentemente do Lemmy. Não vejo nem procuro substitutos, acho apenas que o mundo que eu conheci e em que eu cresci acabou, há que aceitar e saber viver com esse facto.

Que artistas e álbuns te têm surpreendido nos últimos tempos?
Mantar, Watain, Scour, Midnight, Triptykon, Ghost, Inquisition, SepticFlesh, Shinning, Rotting Christ, Primordial, Gojira, Godflesh, NIN…

Que balanço fazes da tua carreira artística até ao momento?
Não creio que possa apelidar de carreira o meu percurso musical, acho que o termo é mesmo este: percurso. Tenho um percurso algo errático em que sempre lutei contra monstros externos e fantasmas interiores e isso teve um custo enorme na minha exposição. Felizmente não me afectou em termos criativos, que foi algo sempre preservei, e para além das bandas em que participei esporadicamente consegui erguer Deepskin e Witchbreed, que me ajudaram a escoar muitas das ideias e conceitos que fui alimentando. Para além do trabalho em estúdio e de produção de bandas nacionais, tenho dezenas de músicas e ideias gravadas e arquivadas. Gosto de estar no meu espaço a tocar, experimentar e gravar… Aceito que sou eu que faço parte de outro tempo e de outro mundo e que o tempo presente move-se por valores e necessidades nos quais tenho dificuldade em encaixar.

DEZ DISCOS ESSENCIAIS DA SEMANA

ÁRSTÍÐIR
«Nivalis»

Season of Mist

Misturar pós-rock e influências neo-clássicas é algo já relativamente batido. Mas se lhe juntarmos um forte sabor nórdico, por via dos islandeses Árstíðir, a coisa fica bem mais intensa e original. «Nivalis» prova-o com classe e qualidade e constitui-se uma das grandes surpresas da semana


CRAFT
«White Noise And Black Metal»

Season of Mist

Com um título destes, os suecos Craft não poderiam tocar outra coisa senão black metal. «White Noise And Black Metal» é o quinto disco do colectivo liderado pelo guitarrista Jon Doe (ex-Shining, ex-Watain) e que segue de forma muito decente as pisadas da escola sueca de bandas como Armagedda ou Pest.


GAEREA
«Unsettling Whisper»

Transcending Obscurity

A cena black metal nacional tem estado nos últimos anos mais activa que nunca e os Gaerea consubstanciam esta actividade. O trio, composto por gente de Pestifer, Loss Spectra Of Pure e Damage My God, estreia-se agora nos álbuns de estúdio, depois de um EP homónimo lançado em 2016, e as indicações não podiam ser melhores. Black metal negro, intenso e de pedigree death metal.


HACKEN
«L-1VE»

InsideOut Music

Universalmente considerados uma das mais brilhantes propostas da actual cena progressiva britânica, os Hacken editam, com «L-1VE», o seu primeiro registo ao vivo, depois de quatro álbuns de originais. E o resultado não podia ser mais elucidativo. Em palco, o sexteto londrino é tão coeso como em disco e os Hacken estão a caminho de algo verdadeiramente grade.


IMPENDING DOOM
«The Sin And Doom Vol. II»

eOne Music

Se, por um lado, o deathcore já teve melhores dias, por outro lado os norte-americanos Impending Doom continuam a representar o género como poucas bandas conseguem fazer hoje em dia. «The Sin And Doom Vol. II» é o sexto álbum do colectivo californiano e promete momentos de grande peso, breakdowns e violência.


KHEMMIS
«Desolation»

Nuclear Blast/20 Buck Spin

Depois de dois álbuns, lançados em 2015 e 2016, que conquistaram o underground, os norte-americanos Khemmis chegam, com o seu doom/heavy metal, à gigante Nuclear Blast e prometem conquistar o (que falta do) mundo. Se procuram a mistura certa entre Pallbearer e Candlemass, esta é a vossa solução.


MARDUK
«Viktoria»

Century Media

Os Marduk dispensam apresentações no que ao black metal diz respeito. «Viktoria», o 14.º álbum de originais dos suecos, volta a um registo mais rápido e abrasador, depois de alguns discos negros e ritualistas. E os Marduk nunca soaram melhor…


THE SEA WITHIN
«The Sea Within»

InsideOut Music

Juntar na mesma banda Tom Brislin (Yes), Daniel Gildenlöw (Pain of Salvation), Roine Stolt (The Flower Kings, Transatlantic), Marco Minneman (Steven Wilson, Joe Satriani) e Jonas Reingold (The Flower Kings) é o sonho molhado de qualquer fã de rock progressivo. E é precisamente a isso que «The Sea Within», o disco de estreia do super-projecto, soa.


WOLFEN
«Rise Of The Lycans»

Pure Steel Records

A tradição de power/thrash metal corre forte na Alemanha. Os Wolfen, oriundos de Colónia, cumprem-na ininterruptamente há 24 anos e editam esta semana o seu sexto álbum de originais. «Rise Of The Lycans» é uma autêntica lição de tradição, vitalidade e honestidade.


ZEAL & ARDOR
«Stranger Fruit»

MKVA Records

Juntar black metal e soul espiritual pode ser tão original quanto bizarro, mas a verdade é que o suíço-americano Manuel Gagneux consegue fazê-lo há já uns bons anos com Zeal & Ardor. «Stranger Fruit», o novo álbum, mostra o aperfeiçoamento da receita e entrou directamente para a segunda posição da tabela de vendas suíça. Teremos hype a caminho?

 

SKINLESS

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«Only The Ruthless Remain»
Relapse Records
8/10
Depois de atirarem a toalha ao chão em 2011, não foi preciso mais do que um par de anos para que os norte-americanos Skinless regressassem à actividade e, depois, mais outro par até os termos de volta aos discos. «Only The Ruthless Remain» recupera a formação “clássica” da banda, completa com um segundo guitarrista (Dave Matthews, dos Incontinence) e traz de volta o death metal igualmente “clássico” que é a imagem de marca do projecto. Que é como quem diz, aquela mistura sábia e visceral do lado mais técnico do estilo e de uma consciência de groove ao nível dos Suffocation ou Cannibal Corpse. A banda concentra os seus esforços em 35 minutos, divididos por sete faixas, e remove qualquer tipo de “gordura” desnecessária da música, terminando o processo com um death metal algo batido, mas infalivelmente pesado, tecnicamente evoluído e com um bom balanço. Nestas contas não entram as parcelas da criatividade, que neste tipo de death metal valem o que valem, mas em termos de competência, capacidade de acelerarem, fazerem breaks, dispararem riffs contundentes e enfiarem pormenores de guitarra deliciosos em poucos décimos de segundo, os Skinless estão tão em forma como se não estivessem em “silêncio” há oito anos. E mantêm-se bem relevantes. Quantas bandas de death metal brutal podem orgulhar-se disso?

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PORTUGUESES MACHINERGY “COBREM” RAMONES

Machinergy 2014Os portugueses Machinergy disponibilizaram online uma versão do tema «I Don’t Care», dos Ramones. A faixa, que é a primeira versão de outra banda gravada pelo colectivo thrash oriundo da Arruda dos Vinhos, pode ser ouvida no clip em baixo. Rui Vieira, vocalista e guitarrista dos Machinergy explica a escolha: “Esta ligação com os Ramones vem desde o tempo em que começámos os três a tocar no nosso primeiro projecto chamado Mortalha. Por essa altura – por volta de 1990 ou 1991 – o pai do meu tio arranjou-me o «It’s Alive», comprado na Feira da Ladra, em Lisboa. Julgo que esse disco funcionou para todos nós como a verdadeira definição do que é o rock’n’roll. De todas as músicas desse duplo vinil em gatefold, «I Don’t Care» foi o tema que se destacou e daí até começarmos a tocá-la foi um passo. No fundo, a «I Don’t Care» foi a primeira música completa que ensaiámos. Isto após ter entrado na nossa vida o… power chord”.

Veiria elabora ainda sobre a seminal banda punk. “Ramones não é tão básico como possa parecer. Aquela palhetada para baixo – downstroke picking – e o prato-choque sempre a “tilintar” durante uma hora e tal não era para qualquer um. É uma influência seminal, quanto mais não seja pela energia e forma directa como encaravam a música. Gostava de saber como deve ter sido ouvir aquela descarga naquela altura, como se sentiram as pessoas, o que pensaram”.

Os Machinergy editaram o seu segundo álbum de originais, «Sounds Evolution», no ano passado. O sucessor de «Rhythmotion» há cerca de um ano, numa primeira fase em regime de auto-edição e depois foi relançado pela editoras Metal Soldier Records e Secret Port Records.

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ARMORED SAINT

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«Win Hands Down»
Metal Blade
7/10
Os Armored Saint estão, para o metal, como aquela tia solteirona e simpática está para a família. Toda a gente gosta deles, dão presentes simpáticos mas nunca chegaram realmente a lado nenhum e não são levados realmente a sério. Mas a verdade é que o grupo tem a combinação certa para ser a banda preferida de qualquer um de nós: John Bush (ex-Anthrax) na voz, Phil Sandoval (ex-Life After Death) e Jeff Duncan (ex-Bird Of Prey) nas guitarras, Joey Vera (Fates Warning) no baixo e Gonzo Sandoval (ex-Life After Death) na bateria, com uma boa mistura de heavy metal e power thrash. Em mais de três décadas de carreira (interrompida um par de vezes) o projecto editou meia-dúzia de álbuns de originais que oscilam entre o excelente e o vagamente dispensável mas, chegados a esta fase da sua vida, qualquer coisa que lançassem ia ser sempre interessante. «Win Hands Down» parece, no entanto, reflectir uma banda que se está a borrifar para o que é esperado e parte para uma série de canções feitas a pensar em si própria. É por isso que há baladas sentidas, temas uptempo com secções musicais maiores do que o habitual e outras bizarrias que, não interrompendo o ritmo ou a atmosfera de um bom álbum dos Armored Saint, lhe dão um pouco de sobre-variedade. «Win Hands Down» não é, por isso, a desarmante obra prima que foi «Symbol Of Salvation», mas também nem isto são os anos 90 e nem a banda parece estar para aí virada. Ao invés, temos um disco mais honesto, mais profundo e mais adulto. Lidem com isso à vossa maneira.

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VOCALISTA DOS TOOL COLOCA PRÓTESE NA ANCA

Tool_Maynard_PostSurgery_2015Maynard James Keenan, vocalista dos Tool e dos Puscifer, submeteu-se recentemente a uma intervenção cirúrgica para colocar uma prótese na anca. O cantor colocou na sua página do Facebook uma foto no pós-operatório com a seguinte mensagem “Não queria assustar ninguém. Queria esperar até estar fora de perigo. Anos a bater o pé deixaram-me sem qualquer tipo de cartilagem na minha anca direita. Substituí-a totalmente ontem. Voltei a andar hoje”. Keenan, que ganhou recentemente o cinturão roxo de jiu jitsu, acrescentou ainda: “Mais doze semanas e estarei de volta ao tapete para trabalhar no cinturão castanho”.

Maynard disse também recentemente à Punchdrink.com que os Puscifer estão prestes a finalizar um novo disco, que deverá ser lançado no Outono. Quanto aos Tool, foi noticiado em Março que a banda terá resolvido uma série de assuntos legais que se arrastaram por oito anos e que estaria de volta às digressões e composição. O sucessor de «10,000 Days», editado em 2006, é assim esperado para breve.

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MARUTA

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«Remain Dystopian»
Relapse Records
7/10
O grindcore é uma espécie de novo doom metal e parece ser, actualmente, um crime de lesa-pátria não se gostar ou ser-se indiferente a tudo o que tenha um bom blastbeat, vocalizações graves e som abrasivo. Os Maruta apanharam uma boa boleia desta onda nos dois primeiros álbuns de originais (editados pela Wilowtip) e chegam agora em brasa à Relapse para um mais que provável recolher de louros. E «Remain Dystopian», o seu novo trabalho discográfico, presta-se a isso com uma generosa dose de 17 faixas em que o grindcore se submete a uma camada de noise (providenciada por Jay Randall dos Agoraphobic Nosebleed) e ocasionais incursões pelos ritmos mais lentos do doom. Tomas Lindberg (At The Gates) e J.R. Hayes (Pig Destroyer) ainda dão uma “perninha” nas vocalizações a ver se a coisa fica mais convincente e distinta, mas os Maruta não conseguem ainda ultrapassar a barreira do “mero” grindcore competente e bem feito para aquele ataque imparável e desumano que bandas como Noisear (paradoxalmente, a outra banda do vocalista dos Maruta) ou Murder Construct conseguem montar. Ficam 27 minutos de uma mistura de death metal e grind técnico, pesado e com aspirações noise e doom que, no papel, resulta às mil maravilhas mas que ainda soa um pouco genérico em disco. Nada que um pouco mais de experiência e um pouco menos de concorrência não resolvam. Dizemos nós.

ANNIHILATOR: VOCALISTA SAI, DISCO EM SETEMBRO

annihilatorsuicidesocietycdroughOs canadianos Annihilator regressam aos álbuns de originais no dia 18 de Setembro, data em que editam o seu décimo quinto disco, intitulado «Suicide Society», pela UDR Music. O trabalho marca o regresso do líder, fundador e guitarrista do projecto, Jeff Waters, à posição de vocalista, uma vez que o cantor Dave Padden terá anunciado a sua decisão de sair do projecto em Dezembro do ano passado, justificando a decisão com o tempo que as constantes digressões lhe “roubavam” para outros compromissos e o obrigavam a estar fora de casa. Em resultado disso, Jeff Waters regressou à posição de vocalista, que já tinha ocupado em diversos discos nos anos 90, que acumulou no álbum com a gravação das guitarras e do baixo, a composição, a produção, a mistura e a masterização. «Suicide Society» conterá nove faixas, que podem ser parcialmente ouvidas no clip em baixo.

Em termos de formação os Annihilator contam agora também com um novo baixista (o ex-Magnetic Cam Dixon) e com um novo guitarrista (Aaron Hooma, dos Immersed), que se juntam assim a Waters e ao baterista Mike Harshaw (também dos Mastery). Em princípio será esta a formação que actuará em Portugal no dia 9 de Outubro, quando os Annihilator subirem ao palco do Hard Club, no Porto.

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PARADISE LOST

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«The Plague Within»
Century Media
9/10
Todos os fãs de metal gostam de criticar bandas que mudam, que evoluem. É possivelmente uma das características mais irritantes dos metaleiros. Os Paradise Lost descobriram-no quando, numa primeira fase, cambiaram o seu doom/death metal para um metal de contornos mais góticos e, mais tarde, para um estilo de contornos electrónicos e sinfónicos. No entanto, e devido a uma impressionante qualidade musical presente em todos os discos que editaram, nunca puseram em risco o respeito da cena global, perdendo alguns fãs mais radicais pelo caminho mas ganhando muitos mais com o seu crescimento e evolução musical. E agora, numa altura em que regressam, em parte, ao doom/death metal do primeiro terço da sua carreira, os Paradise Lost continuam a cheirar a evolução e a caminho para a frente. Certamente porque «The Plague Within», não é um disco igual a «Lost Paradise» e é claramente feito aqui-e-agora, por uma banda que percebe um bocado de dinâmicas, arranjos e de equilibrar melodias, atmosfera e peso de uma densidade quase impenetrável. Depois, porque existem pedaços das “fases” gótica e sinfónica, a espreitarem em temas como «Victims Of The Past», para tornarem a música mais rica e completarem esta espécie de círculo que parece um decidido passo em frente por parte dos Paradise Lost. E, no meio disto tudo, os ingleses voltaram a lançar um álbum de peso, melodia e atmosfera sem paralelo, não repetindo a receita mas também não traindo as suas raízes e o seu próprio caminho musical. Seria um feito assinalável para qualquer outra banda, mas é apenas o business as usual dos Paradise Lost, pelos vistos.

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MASTODON PARTICIPARAM NA GUERRA DOS TRONOS

mastodongameofthrones2O episódio da série televisiva Guerra dos Tronos transmitido esta segunda-feira em Portugal (no Domingo dos E.U.A.) contou com três elementos dos Mastodon. Brann Dailor, Bill Kelliher e Brent Hinds foram convidados especiais do episódio chamado “Hardhome”, que passou no canal de cabo FX. O convite partiu do produtor executivo da série da HBO Dan Weiss, bem como de outros produtores executivos que são todos fãs da banda. As cenas foram filmadas em Belfast, na Irlanda do Norte e os Mastodon aproveitaram a ocasião para visitar os cenários nos Titanic Studios.

Os três músicos são mortos no episódio em questão, voltando depois à vida como Caminhantes Brancos. Os Mastodon fazem também parte da mixtape da Guerra dos Tronos «Catch The Throne: The Mixtape Vol. 2», onde participam com um tema precisamente chamado «White Walker».

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MY SLEEPING KARMA

MySleepingKarma_MokshaMY SLEEPING KARMA
«Moksha»
Napalm Records
7/10
É impossível dissociar o pós-rock instrumental, de influências stoner, dos alemães My Sleeping Karma daquele que é apresentado pelos norte-americanos Karma To Burn, mas ao fim de nove anos e cinco álbuns de originais, o quarteto de Aschaffenburg começa finalmente a ter um pouco de alma musical própria. «Moksha», o quinto longa-duração do projecto, apresenta indeléveis influências étnicas orientais que, pese embora se diluam por vezes na força do pós-rock da banda, lhe dão um aroma e uma personalidade que tem efectivamente alguma originalidade. Partindo dessa base, os My Sleeping Karma fazem, em «Moksha» um álbum competente e sem erros, de pós-rock/stoner instrumental que toca em todas as teclas do estilo – da mais crua e visceral à mais ambiental e melódica – e, pese embora não atinja a genialidade em nenhum momento, possui uma coesão e nível de qualidade que chegam para convencer, e até entusiasmar, os mais acérrimos fãs do género. Quem, no entanto, procura mais do que “mero” pós-rock instrumental competente e bem feito, nesta altura de vacas gordas, terá de procurar noutro sítio.

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GAMMA RAY DE VOLTA A PORTUGAL EM NOVEMBRO

Gamma Ray - the photo sessions for the upcoming album "Empire Of The Undead". February 2014.
Gamma Ray – the photo sessions for the upcoming album “Empire Of The Undead”. February 2014.

Numa altura em que celebram a sua carreira de 25 anos com um “best-of” (foi editado em Janeiro) e cerca de um dois após terem substituído os Saxon no cartaz do Vagos Open Air, os alemães Gamma Ray anunciaram o regresso a Portugal para dois concertos. O primeiro acontece no dia 15 de Novembro na sala portuense Hard Club e o segundo dois dias depois em Lisboa, no Paradise Garage. Ambos os espectáculos fazem parte da digressão europeia Best Of The Best – Party Tour 2015, que levará o guitarrista/vocalista Kai Hansen e os seus rapazes a cerca de uma dezena de países.

Com os Gamma Ray, vêm também os compatriotas Serious Black, fundados o ano passado pelo ex-baixista dos Visions Of Atlantis Mario Lochert e pelo ex-baterista dos Blind Guardian Thomen Stauch, onde também pontificam Dominik Sebastian (guitarrista dos Edenbridge), Jan Vacik (ex-teclista dos Dreamscape), Urban Breed (ex-vocalista dos Pyramaze) e Bob Katsionis (guitarrista dos Firewind). A banda, que pratica power metal melódico, editou a estreia «As Daylight Breaks» no início do ano, da qual foi extraído o tema «Older & Wiser» para o vídeo-clip recentemente divulgado e que pode ser visto em baixo.

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GHOST: NOVO SINGLE DISPONÍVEL

ghostciriceartwork«Cirice», o primeiro single do novo álbum dos suecos Ghost, pode ser ouvido no clip em baixo. A música está disponível também para download gratuito no site oficial do projecto, mediante inscrição na newsletter. O tema é um dos dez que será incluído em «Meliora», terceiro longa-duração da banda oriunda de Linköping, que é editado no dia 21 de Agosto pela Vista Loma Recordings. Entretanto, sabe-se que a banda planeia regressar a estúdio muito em breve para gravar uma série de versões de outros artistas, incluindo uma de Leonard Cohen e outra dos suecos Imperiet. Recorde-se que, em 2013, os Ghost já haviam lançado um EP do género, chamado «If You Have Ghost», que continha versões de músicas dos Abba, Depeche Mode, Roky Erickson e Army Of Lovers.

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THY ART IS MURDER: NOVO VÍDEO LANÇADO

ThyArtIsMurder_Band_2014Os novos heróis australianos do deathcore Thy Art Is Murder disponibilizaram ontem online o vídeo oficial do tema «Lightbearer», um dos dez que farão parte da edição normal (a edição especial tem mais um) do seu terceiro álbum de originais «Holy War». O vídeo pode ser visto em baixo. O lançamento de «Holy War» está agendado para o dia 30 de Junho, via Nuclear Blast. O disco foi produzido e misturado por Will Putney, que trabalhou anteriormente com os Suicide Silence, Exhumed e The Acacia Strain, entre outros.

«Holy War» vai ser comercializado em edição normal, edição especial em digipack (a tal com um tema extra), vinil de várias cores, vinil picture-disc (numa edição exclusiva da mailorder na Nuclear Blast) e em formato digital.

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DIABOLICUM

Diabolicum_IaPazuzuDIABOLICUM
«Ia Pazuzu (The Abyss Of The Shadows)»
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8/10
Os DiabolicuM foram uma das primeiras bandas a explorar todo o potencial do black metal industrial, nomeadamente com o seu segundo álbum «The Dark Blood Rising», editado em 2001. No entanto, depois disso o projecto eclipsou-se e, apesar de ter editado o split «Hail Terror» com os Angst em 2005 (que continha apenas um tema seu), nunca mais deu sinal de vida. «Ia Pazuzu (The Abyss Of The Shadows)» surge pois, agora, com a enorme responsabilidade de cobrir praticamente 14 anos de silêncio e renovar o estatuto de reis do black metal industrial para os suecos. E a colecção de nove faixas acaba por mostrar-se à altura, com uma mistura inteligente de distorção visceral e de ritmos maquinais, com o convidado Niklas Kvarforth (esse mesmo, o dos Shining) a fazer a sua voz funcionar como o joker dos temas. No entanto, nem tudo é drama e excelente interpretação vocal; os DiabolicuM fazem um óptimo trabalho a aliar momentos mais melódicos, atmosféricos e mesmo ligeiramente sinfónicos ao lado desumano, frio e incrivelmente intenso que o seu black metal chega a atingir, num disco pleno de surpresas, criatividade e densidade. É o trabalho que se esperava e, tendo em conta as expectativas acumuladas em cerca de década e meia, já não é nada mau.

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VIRGIN STEELE: VÍDEO COM LETRAS DE NOVO TEMA

VirginSteele_DavidDefeis_2014Os Virgin Steele, literalmente os últimos bastiões que o “falso metal” terá de enfrentar antes de erradicar o heavy metal “verdadeiro”, acabaram de disponibilizar online um vídeo com letras de uma música nova. A faixa chama-se «Lucifer’s Hammer» e é a primeira do mais recente disco da banda liderada pelo vocalista David DeFeis, intitulado «Nocturnes Of Hellfire & Damnation». O vídeo pode ser visto em baixo.

«Nocturnes Of Hellfire & Damnation» sai no dia 22 de Junho, é o décimo quarto longa-duração que os Virgin Steele editam em 34 anos de carreira. Sucede a «The Black Light Bacchanalia», lançado em 2010 e vai ser comercializado pela Steamhammer/SPV em quatro formatos distintos: CD simples, digipack duplo, vinil (LP duplo em gatefold) e formato digital. As três edições físicas terão capas diferenciadas.

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NIGHTRAGE: PURISTAS E BRUTALMENTE HONESTOS

Nightrage_logoQuando os In Flames já são considerados uma banda de “rock alternativo” e os Soilwork navegam entre o groove metal e o metalcore, o que resta ao death metal melódico tradicional sueco? A resposta está no som dos Nightrage que, apesar da evolução e crescimento que apresenta a cada novo disco, “defende” o estilo há década e meia e há seis álbuns de originais. O mais recente chama-se precisamente «The Puritan» e foi um óptimo motivo para falarmos ao telefone com o guitarrista grego radicado na Suécia Marios Iliopoulos, fundador e líder do projecto.

Nightrage_Band_2015_1Quanto deste disco é resultado da parceria com o novo vocalista Ronnie [Nyman]? O que acrescentou ele à banda?
Foi uma óptima colaboração. Escrevemos o disco todos juntos e foi uma inspiração para mim poder partilhar a mesma paixão por esta música. Não posso ficar com todo o crédito por tudo. Escrevo apenas as minhas partes e é por isso que gosto de partilhar a responsabilidade da composição com as outras pessoas. Esse é o sentido de estarmos numa banda.

Quando olhas para trás, para o fundo de catálogo dos Nightrage, consegues “ver” quem eras nessas alturas ou os discos são mais do tipo fotos instantâneas das equipa com com trabalhavas nessa altura?
Acho que fazemos aquilo que sempre fizemos. Só que, quando escrevemos um disco novo, é sempre um pouco mais refrescante e actualizamos um pouco a nossa sonoridade. A composição, assim como os compositores, são sempre um pouco mais maduros. Por exemplo, neste disco sabíamos exactamente o que queríamos e se, nas gravações, não obtínhamos exactamente as interpretações perfeitas, repetíamos até termos o resultado pretendido. Mas ao longo do tempo esta banda foi sempre uma irmandade musical, fosse quem fosse que pertencesse ao grupo.

Sofreram algumas alterações na formação em 2013. O que aconteceu exatamente ao Johan [Nunez, baterista], ao Olof [Mörck, guitarrista] e ao Antony [Hämäläinen, vocalista]?
As pessoas enveredam por diferentes caminhos e são livres de fazê-lo. Não levo ninguém a mal por isso, mas aquilo de que estamos a falar aqui é de um caminho musical bastante definido que compreendo que acabe por cansar algumas pessoas. Também é uma actividade muito exigente e um estilo de música que não dá grande dinheiro. Por isso as pessoas acabam por cansar-se ou mudar de vida. Foi isso que aconteceu com o Johan, ao Antony e ao Olof. As pessoas mudam e não podemos prever como uma pessoa vai sentir-se daqui a alguns anos. Claro, podemos trabalhar com uma equipa que parece composta pelas pessoas certas durante algum tempo, mas quando tem tudo a ver com música, criatividade e criar laços uns com os outros, não podemos forçar as coisas. Se deixasse de me sentir inspirado, pararia de tocar nesse mesmo dia.

Nessa fase chegaram a tocar com o Jesper Strömblad, ex-In Flames, como segundo guitarrista. Como foi essa experiência?
Foi óptima. Acredito que o Jesper foi um dos criadores do death metal melódico sueco. Ele é fã dos Nightrage e um bom amigo nosso, por isso quando precisávamos de um guitarrista na altura para dar alguns concertos, ele ofereceu-se. Foi uma óptima experiência. Tocar com pessoas com o tipo de experiência dele é sempre divertido e inspirador. É uma óptima sensação poder partilhar o palco com um músico assim. Senti-me muito bem lá em cima.

Nightrage_Band_2015_3Não tentaste recrutá-lo definitivamente para a banda?
Claro que pensei que seria uma boa ideia, mas por outro lado ele é uma pessoa muito ocupada e nós temos a nossa agenda. Sei que será difícil e nunca se sabe o que pode acontecer, mas nesse período, nessa digressão, tivemos uma das formações mais fortes da nossa história. Tudo o que podemos fazer é certificar-nos que as pessoas que vêm ver-nos têm direito a isso – um dos grupos de músicos mais fortes que podemos dar-lhes – e é isso que acredito que temos agora também. Acho que temos os tipos certos. Mas também teremos a equipa certa se voltarmos a ter o Jesper como segundo guitarrista para mais alguns concertos.

Buscas conscientemente alguma originalidade quando compões música para os Nightrage ou, desde que a música funcione, não te importas muito em escrever riffs, solos e arranjos que nunca foram ouvidos antes?
Não planeio muito aquilo que vou escrever. Nunca planeamos um álbum e dizemos “Vamos fazer um disco mais isto ou aquilo”. Componho aquilo que me vai no coração e tento fazer as melhores músicas possíveis. Conheço bandas que seguem ondas, ou modas, para fugirem à rotina ou à previsibilidade ou o que seja. Mas a minha visão da música é que ela deve ser tão honesta quanto possível. Se escrevermos a música de que gostamos, nunca nos desiludimos a nós próprios ou aos nossos fãs. É essa a base da filosofia dos Nightrage, na minha opinião.

Quando estão lançados a escrever uma canção, nunca se apanham a tocar um riff ou um arranjo de uma das vossas músicas antigas ou de outra banda?
Não posso dizer que nunca tenha acontecido, embora não seja intencional. Por vezes damos por nós a repetir ideias, mas como disse há pouco temos de ver-nos a nós próprios essencialmente como fãs e escrever as músicas que gostamos de ouvir enquanto fãs. E é perfeitamente natural que de vez em quando a nossa escrita “escorregue” para coisas que já foram feitas antes, porque as achamos realmente boas e ficaram gravadas no nosso subconsciente. O que fazemos quando isso acontece é pensar “Será que podemos melhorar este riff?”. Mas é uma coisa normal, quando a nossa inspiração está precisamente ali.

Tens então o mesmo tipo de influências musicais que tinhas quando começaste a banda?
Sim, basicamente. Ainda somos o mesmo tipo de pessoas old school a tentar escrever bons riffs e a divertirem-se tanto quanto possível. O que se passa com as influências é que a maior parte das bandas evita falar delas para poder esconder-se por detrás de uma suposta originalidade, mas desde que sejamos nós próprios não existe qualquer problema em assumir as influências que temos. Desde que sejamos sinceros, a música será boa de qualquer modo, na minha opinião.

nightrage2015band_638Deste ao Ronnie liberdade total para escrever as letras ou compuseste algumas também?
Escrevemos a maior parte em conjunto. O Ronnie é uma pessoa muito capaz mas que também sabe aceitar sugestões e trabalhar em parceria. Passou-se o mesmo também com o [produtor] Daniel Bergstrand, com quem trabalhámos de forma muito próxima nos arranjos das letras e nas vocalizações. Desde que estejam dentro do espectro dos Nightrage, apreciamos todos a criatividade e a originalidade, de onde quer que venha. Isso permite-nos criar algumas coisas muito boas.

O Ronnie trouxe então alguns tópicos novos para as letras?
Sim, totalmente. Trabalhámos essencialmente juntos como te disse, mas existiram umas partes escritas por ele e outras que ele modificou. Ele abordou as temáticas que achou relevantes e, em conjunto, transformámos a abordagem em algo que espelha a personalidade dos Nightrage.

A canção «When Gold Turns To Rust» foi escrita em parceria com o Gus G. [guitarrista de Ozzy Osbourne e Firewind]. Como aconteceu isso?
Não foi planeado. O Gus disse-me um dia que tinha alguns riffs que não encaixavam na banda dele, os Firewind. Então ele enviou-mos e começámos a colaborar naturalmente, enviando ideias para a frente e para trás. Foi assim que acabámos por escrever essa faixa em conjunto. Não foi nada muito planeado. Mas, como sabes, nós começámos esta banda juntos e para mim é muito gratificante que ainda escrevamos coisas em conjunto como nos velhos tempos.

Ainda manténs então uma relação pessoal com ele?
Claro, ele continua a ser o meu melhor amigo, falamos frequentemente e vamos continuar a compor em conjunto no futuro. Vejo-o como um amigo, um grande músico e estou muito orgulhoso de tudo o que ele conseguiu na sua carreira.

nightrage_album-cover_the-puritanManténs contacto com a realidade político-social grega? Qual a tua visão sobre as mudanças que têm acontecido por lá?
Tivemos sérios problemas com a crise económica, mas acho que se trata de uma crise europeia e não exclusivamente grega. Estas recentes mudanças revelam uma real vontade de mudar; é a primeira vez que tentamos resolver os nossos problemas com uma real mudança política. E acho que isso nos dá uma luz ao final do túnel e que vamos sair desta crise mais cedo ou mais tarde. E, se o fizermos, acabamos por passar uma mensagem para o resto da Europa também.

Uma mensagem que diz “Temos o nosso próprio caminho”, certo?
Sim. A Grécia tem estado sob uma enorme pressão da Alemanha e de outros países europeus. Tivemos problemas graves mas acho que, depois de uma crise como esta, apenas podemos crescer. Temos de crescer a sentir-nos orgulhosos do nosso país, temos de crescer à nossa própria maneira. Se continuarmos com o tipo de abordagem que temos tido ultimamente, acho que estaremos no bom caminho.

Não é um pouco ofensivo para um país com a história e o legado da Grécia quando países como a Alemanha lhe tentam dizer o que fazer?
O que sentimos é que isto é uma guerra. Não uma guerra no sentido literal, mas uma guerra económica. Não odeio a Alemanha, é um país simpático… Apenas acho que o seu sistema político está minado por uma série de “tubarões” que tentam predar os países do sul da Europa. Não acho que as nossas centenas de anos de história e o facto de sermos o berço da civilização ocidental nos dê direitos especiais, porque afinal é o que fazemos agora que conta e não o que fizemos no passado. Gosto de saber a história, mas não interessa para o que podemos fazer hoje. Não acho que a Europa em si esteja cheia de gente que queira que o novo governo grego se dê mal; acho apenas que os políticos estão mais focados nos seus próprios interesses do que propriamente em que a Grécia saia desta crise de uma forma sustentada e eficaz. Mas continuo a achar que há esperança e que a tal luz ao fim do túnel está efectivamente lá para toda a Europa. Porque é um enorme erro pensar que este é um problema exclusivamente grego. E um problema também alemão e de toda a Europa. Não é um país que está em jogo… É uma solução para toda a União Europeia.

Sim, tens razão. É toda a dinâmica da União Europeia que está em jogo e não apenas um país “lá em baixo”.
As pessoas têm tendência para olhar para a Grécia como o mau aluno da União Europeia. Mas os nossos problemas são os mesmos de inúmeros outros países europeus. Para além disso, somos credores de uma enorme dívida da Alemanha do tempo da Segunda Guerra Mundial. Por isso temos todos de empenhar-nos em encontrar uma boa solução.

Sim, a Alemanha tem de sair do papel de professora e tem de encarnar o papel de parceira.
Sim, todos os países são parceiros. Todo o projecto europeu foi construído no pressuposto da igualdade, julgo eu. Não de uma liderança, ou de um regime ditatorial. [risos]

Com a indústria musical em constante mudança, alguma vez foste capaz de ganhar a vida apenas com a banda?
Por vezes. Não vou mentir… Por vezes ganha-se algum dinheiro, mas não o suficiente para ganhar a vida apenas com isto. Temos de trabalhar noutras coisas. Não quero ser repetitivo, mas não estamos nisto por causa do dinheiro. O que interessa é a música, a integridade, as canções e os sentimentos que temos. Esse tipo de coisas nunca vai mudar por mais que a “indústria” mude e por mais que as pessoas lá forem comprem ou não os nossos discos, vão ou não aos nossos concertos. Sei perfeitamente que muitas bandas andam nisto apenas à procura de fama e dinheiro, mas esse é um estilo de vida muito falso. Eu só quero tocar a música de que gosto… Se for preciso ir pela estrada mais difícil para chegar lá, claro, vamos a isso. Porque é mesmo isto que quero fazer na minha vida.

Tens então de procurar por vezes alguns trabalhos fora da música que te ajudem a sobreviver.
Sim, não estou nisto para ficar rico, mas o trabalho serve apenas para sobreviver. Por causa da música já desperdicei algumas boas oportunidades profissionais, porque tinha de ir em digressão, de compor ou de gravar. Não me importo com isso. Desde que tenha comida em cima da mesa e possa pagar as contas, estarei satisfeito. Sei de pessoas que querem poupar ou acumular uma pequena fortuna… Não me importo nada com esse tipo de coisas. Sinto-me rico nos Nightrage. Apesar de ser literalmente pobre, os Nightrage são uma satisfação pessoal tão grande que me sinto a pessoa mais rica do mundo.

Esse tipo de atitude retira a pressão de terem de fazer dinheiro com as digressões e com as vendas de discos, certo?
Exacto. Não me importo mesmo nada com isso. [risos] Tento sempre fazer o melhor possível, mas quando se fala de vida de rock’n’roll, sei bem o que significa. Sou paciente e estou disposto a trabalhar sempre mais e a nunca ser rico. E isso não significa que nunca tenha sucesso, porque enquanto compositor sinto que já cheguei ao sucesso. E claro que quero chegar à fama, mas quero chegar lá nos meus próprios termos. Não quero chegar lá a vender-me, a fazer música de merda que odeio. Prefiro fazê-lo pouco a pouco, com os conhecimentos que vou obtendo e as pequenas vitórias que vamos contabilizando. E se o sucesso global nunca chegar, bem, pelo menos divertimo-nos a tentar.

Sim porque quando acabar – e um dia vai tudo acabar – é o legado musical que fica, certo?
Exactamente. Quando eu estiver morto, talvez ainda existam algumas pessoas que descubram a nossa banda e os nossos discos e os apreciem. É uma espécie de marca que deixamos para sempre e que sobreviverá muito para além de nós. É por isso que o sucesso comercial não me diz muito… Para mim esta actividade tem tudo a ver com fazer aquilo que nos parece certo. E acho que estamos a fazer isso com os Nightrage.

Estás sempre assim tão motivado ou por vezes, quando estás à espera quatro horas num aeroporto por exemplo, existem períodos em que não estás tão contente com esta actividade?
Existem sempre alturas em que as coisas não correm bem e em que temos algumas dúvidas. Colocar este álbum cá fora teve alguns períodos desses, porque cada novo disco é como se fosse um filho e sempre que as coisas não correm tão bem quanto o previsto, bate-nos mesmo no mais fundo dos sentimentos. O processo de criar um disco é globalmente bom, mas há sempre a incerteza se vamos fazer um bom álbum, o certificar-nos de que temos o material certo, as canções certas… Foi também por isso que demorámos um pouco mais do que o habitual a editá-lo. Tivemos alguns problemas na formação, eu tive de mudar-me de novo para a Suécia… Todas estas coisas são factores de incerteza que nos perturbam. Mas senti-me muito bem durante a composição e, quando tenho esse tipo de sentimentos na fase criativa, ando sempre muito feliz.

Tens de lutar conscientemente contra a tentação de escrever apenas canções em “piloto automático” ou este tipo de abordagem musical sempre refrescante é algo natural em ti?
Não quero definitivamente entrar em piloto automático e é por isso que sinto que tenho de estar constantemente a desafiar-me a mim próprio. Não quero apenas lançar outro disco dos Nightrage… Quero que seja uma coisa excitante, refrescante e desafiadora. Sempre que fazemos um novo álbum sentimos isto enquanto grupo, enquanto banda. Esta foi a primeira vez que gravámos todos juntos, ao vivo em estúdio, e foi óptimo. A música flui ali, com uma energia e uma espontaneidade incríveis.

É talvez por isso que não tens uma série de projectos paralelos como muitos músicos têm. Porque tudo o que tens aplicas nos Nightrage, certo?
Sim, não quero saber de projectos paralelos. Porque se gastamos a nossa energia – mesmo que seja apenas parte dela – noutras coisas, ela não vai para o nosso foco principal, faltará ali. É por isso que tudo o que tenho, tanto em termos de inspiração como de tempo, quero dar aos Nightrage. Porque me sinto genuinamente bem nesta banda e sinto que é definitivamente uma banda e não um projecto a solo meu. Sempre tive problemas na formação, com pessoas que escolhem seguir por outro caminho, mas não posso fazer nada em relação a isso. [risos]

«The Puritan» foi editado em Abril pela Despotz Records.
Site oficial

GHOST DIVULGAM DETALHES DE NOVO DISCO

ghostmelioracdOs suecos Ghost preparam-se para lançar o seu novo álbum de originais, chamado «Meliora», no dia 21 de Agosto e esta semana divulgaram alguns detalhes sobre o disco. O sucessor de «Infestissuman» conterá uma dezena de faixas e foi produzido por Klas Åhlund, elemento dos Teddybears. A mistura foi realizada por Andy Wallace, que trabahou anteriormente com bandas como Slayer, Nirvana ou Guns N’ Roses. Em baixo pode ser visto um teaser do álbum, que neste momento está na página oficial do projecto.

Entretanto, no dia 3 de Junho os Ghost tocam um espectáculo em Linköping, na Suécia, que servirá que “aquecimento” para o novo disco e para apresentar o “novo” vocalista da banda, Papa Emeritus III, que sucede a Papa Emeritus II e é supostamente o seu irmão mais novo. Recorde-se que o cantor da banda muda de personagem (começou por ser Papa Emeritus I) a cada novo disco que o grupo lança.

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CANCER BATS EM PORTUGAL EM SETEMBRO

Cancer Bats_Band 2015Ainda com o novo álbum «Searching For Zero» a fazer fumo nos leitores de CD e MP3, os Cancer Bats, mestres canadianos do crossover de hardcore, punk e doom metal, anunciaram duas datas ao vivo em Portugal, nos dias 5 e 6 de Setembro, no Hard Club (Porto) e RCA Club (Lisboa), respectivamente. Na primeira parte estarão os norte-americanos Wilderness, cujo rock independente de forte cariz dramático funcionará certamente como um adequado “aquecimento” para o concerto dos geniais canadianos. Aguardam-se mais informações sobre preços de bilhetes, horários e eventuais bandas de abertura nacionais para ambas as datas.

Ler aqui análise ao disco «Searching For Zero».
Ler aqui entrevista aos Cancer Bats.

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HARDCORE SUPERSTAR

HardcoreSuperstar_HCSSHARDCORE SUPERSTAR
«HCSS»
Gain Music
8/10
Como é sobejamente conhecido, a Suécia é a capital mundial do rock. De coisas mais clássicas como The Poddles ao novo rock de garagem escandinavo despelotado pelos Blackyard Babies, passando pelo punk/metal podre dos Nihilist e pelo death’n’roll dos Entombed até acabar no crossover de heavy metal clássico com doom ocultista dos Ghost, o país tem de tudo em grande qualidade e quantidade. E depois tem também uma banda como os Hardcore Superstar, que consegue misturar grande parte dos géneros mencionados num “bolo” praticamente irresistível. Sobretudo num disco como «HCSS», em que a banda pega em vários temas da sua maqueta de estreia, os espana, regrava e depois completa o disco com uma série de canções inspiradas neles. O resultado é um hard/sleaze rock renovado, cheio de trejeitos punk, piscadelas de olho ao heavy metal e mesmo um claro gamanço vocal aos Janes Addiction no tema «Growing Old». O que mais desarma na dezena de temas de «HCSS» é a naturalidade e espontaneidade com que os Harcore Superstar conseguem criar temas com melodias memoráveis, força e simplicidade rock’n’roll, cada um deles um autêntico study case do que é o caldeirão de influências sueco dos anos 10.

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NOVOS LANÇAMENTOS: VAI SER UM VERÃO QUENTE

Nile_Band_2014Longe vai o tempo em que o Verão era uma altura morna para novos lançamentos discográficos. A maior ligação das pessoas à internet, com dispositivos mais portáteis, aliada a uma cada vez mais presente mudança na forma como a música é consumida, faz com que o Verão seja uma altura igual – ou mesmo melhor, se pensarmos no dinheiro extra, de subsídios de férias, que anda a circular – para lançar disquinhos das bandas preferidas das pessoas.

Por isso, entre 21 de Junho e 21 de Setembro vai ser um festim de coisas boas a chegarem. Logo no inicio da estação, vamos ter o regresso de dois nomes veteranos dentro de dois estilos díspares: os Virgin Steele editam «Nocturnes Of Hellfire & Damnation» e os heróis do hardcore nova-iorquino Pro-Pain regressam com «Voice Of Rebellion», o seu décimo quinto álbum de originais em quase 25 anos de carreira. Junho dará ainda tempo para discos novos da bandas brutas como Milking The Goatmachine, Jungle Rot ou Thy Art Is Murder. Os suecos Refused editam «Freedom» e darão certamente um grande Verão aos fãs de punk/hardcore, enquanto que os norte-americanos Abnormal Thought Patterns vão tentar provar as boas indicações do metal progressivo, técnico e instrumental que apresentaram no disco de estreia.

Julho será um mês em cheio. Entre lançamentos ao vivo de bandas como Yes, Death Angel, Dragonforce ou U.D.O., destacam-se «Coma Ecliptic» dos Between The Buried And Me, «Of Ghosts And Gods» dos Kataklysm e «Underworld» dos Symphony X. Os heróis do crossover finlandês Waltari regressam também às edições com «You Are Waltari», enquanto que os misteriosos Locrian lançam mais uma bomba de drone experimental chamada «Infinite Dissolution», mais uma vez pela Relapse. Os Bone Gnawer editam o muito aguardado sucessor da estreia «Feast Of Flesh», enquanto que Gus G, guitarrista de Ozzy Osbourne, aproveita as “férias” que tirou de Firewind para facturar mais um disco em nome próprio, chamado «Brand New Revolution».

Finalmente, em Agosto haverá 11 discos essenciais. Do lado mais bruto do metal, os Nile (na foto) editam «What Should Not Be Unearthed», os Cattle Decapitation disparam com «The Anthropocene Extinction» e os Hate Eternal disponibilizam «Infernus». Os suecos Backyard Babies regressam às edições com «Four By Four» e no mesmo país os Ghost lançam «Meliora» e os Soilwork respondem com «The Ride Majestic». Quem gosta de death/thrash dinâmico e moderno não pode também perder a nova proposta dos Battlecross, chamada «Rise To Power». Do lado do hardcore há a novidade dos Terror, intitulada «The 25th Hour». Restam as novidades de Fear Factory («Genexus»), Bullet For My Valentine («Venom») e Stratovarius («Eternal») para completar um dos mais “quentes” meses de Agosto dos últimos ano.

Setembro, mais concretamente no dia 11, é o mês em que os Slayer entregam ao mundo «Repentless», o seu novo álbum de originais. Posto isto, valerá mesmo a pena destacar mais alguma coisa para o final do Verão?

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THE TEMPLE, HEIMDAL E MAIS GENTE DE PESO EM VISEU EM JULHO

TheTemple_Video_2015Os veteranos The Temple (na foto) vão encabeçar o cartaz deste ano do Viseu Rock Fest, que acontece na ASDRAQ, na Quintela de Orgens, no dia 25 de Julho. A banda de groove thrash lisboeta editou apenas dois álbuns de originais em mais de duas décadas de carreira (o terceiro está a “vestir-se” na Dinamarca neste momento), mas os seus (raros) concertos são sempre energéticos e dinâmicos. Dos Estados Unidos chegam duas bandas de grindcore para dar peso a Viseu: os reactivados Hemdale e os libertinos Nak’ay. De Espanha chegam também duas propostas bem válidas: os Bloodhunter com o seu death metal melódico de vocalizações femininas e os Mind Holocaust, num registo de death metal brutal mais tradicional. O contingente nacional fica completo com os Serrabulho, Mr. Miyagi, The Black Wizards, The Last Of Them, Stone Dead e Fuck 77. O evento começa às 16.00h e os ingressos custam Eur 10,00 em venda antecipada (Eur 12,00 no próprio dia) e podem ser reservados aqui:

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Heavy metal, underground e música extrema em geral.