CEMETERY FOG

cemetery fog - logoSe a vossa cena é underground a sério, os finlandeses Cemetery Fog podem ser uma boa surpresa. A banda pratica uma mistura suja e perversa de death, doom e black metal e editou uma rehearsal tape e duas maquetas desde a sua formação, em 2012. A última, «Shadows From The Cemetery», é reeditada – em formato cassete, pois claro – pela Iron Bonehead Productions no final deste mês. O vocalista e guitarrista J. Filppu abriu-nos os portões do cemitério e fez-nos uma visita guiada.

cemetery fog - bandComo começou esta banda? Estiveram envolvidos em algum projecto musical anteriormente?
A banda começou no Outono de 2012, quando percebi que queria tocar doom metal e misturá-lo com diferentes influências. Então, escrevi as canções que fazem parte da [primeira maqueta de 2013] «Journey To Hell». Mas antes de termos as nossas próprias música fazíamos versões de Candlemass, Black Sabbath e Pentagram. Tivemos apenas uma banda antes desta – os Moriture – mas era uma merda.

Como chegaram ao estilo que praticam? Quais são as vossas influências comuns e gostos musicais?
O estilo da banda definiu-se sozinho, à medida que me deixei influenciar pelos Black Sabbath e misturei essa sonoridade com Katatonia antigo e death metal. As nossas influências comuns são os primeiros tempos dos Katatonia, dos My Dying Bride, Candlemass e Black Sabbath. Os meus gostos pessoais são, obviamente, os mesmos das nossas influências comuns e mais os primeiros discos dos Anathema, que são épicos. Também gosto de Kate Bush e de death metal. Mas a melhor banda do mundo são os Iron Maiden…

Existe alguma banda local que pratique um estilo similar ao vosso, que vos tenha influenciado também?
Não, não existe.

Lançaram três maquetas em 2013, num total de faixas que seria suficiente para um álbum completo. Porque decidiram lançá-los em maquetas, ainda por cima em formato cassete?
Porque as nossas primeiras canções demo são muito mais primitivas do que as que estão na «Shadows From The Cemetery». Por isso, não encaixariam no mesmo lançamento. Quis conscientemente lançar maquetas antes de qualquer edição “maior”. Para além disso, cassetes e vinis são muito melhores do que os CDs. Gosto de trocar e vender a nossa música em formato cassete, pelo simples motivo de que soa muito melhor do que em qualquer formato digital. A Akne Productions reeditou a «Journey To Hell». O lançamento seguinte, «Sepulchral Full Moon» é uma maqueta de ensaio que contém as mesmas músicas da «Journey to Hell» e duas da «Shadows From The Cemetery».

A «Shadows From The Cemetery» está também a ser relançada pela Iron Bonehead, em cassete. Uma vez que se trata de uma editora especializada em vinil, chegaram a considerar uma reedição nesse formato?
Não, não chegámos, porque vamos lançar um EP de 12” em vinil com material novo, precisamente pela Iron Bonehead.

Vão então continuar a trabalhar com eles no futuro.
Sim, vamos. Eles vão pelo menos lançar o EP, mas não sei o que acontecerá no futuro…

cemetery fog coverAs vossas letras são muito inspiradas no terror. Qual é a abordagem? Tentas conscientemente não revelar muita coisa, para que o ouvinte possa tirar as suas próprias conclusões?
Sim, o ouvinte pode imaginar o sentido ou criar a sua própria visão das histórias que contamos. Mas estou disposto a contar a história e revelar as letras, se alguém me perguntar sobre elas.

Vocês usam o bom e velho corpsepaint. Porque optaram por essa abordagem estética?
O corpsepaint simplesmente encaixa bem na filosofia da nossa banda. Desenhámos há pouco tempo novas pinturas para o grupo, inspiradas no [filme] “Evil Dead”.

Quais são os vossos planos para o futuro mais próximo?
Bem, o EP é editado algures no Verão – ou mais tarde, não tenho bem a certeza – e depois vamos tocar ao vivo e começar a escrever temas para o disco de estreia. Já tenho uma visão bastante clara do tipo de disco de estúdio que vamos fazer. As canções do EP parecem-se mais como o material antigo dos Katatonia e My Dying Bride, mas ainda há muito da nossa própria sonoridade nelas.

Como é a cena na cidade Hamina? Existem bons locais para tocar, muitas bandas, músicos e uma boa base de público?
Aqui em Hamina a cena é muito pequena. A nossa banda organizou no final do ano passado um concerto num local medieval chamado “Gunpowder Chamber”. O sítio era muito negro e tocámos lá com outro grupo, chamado Old Crucifix. Mas é tudo. Se queremos alguma coisa, temos de nos mexer para fazê-la.

Que outras boas bandas underground nos podes recomendar daí?
Os Witchcraft, aqui de Hamina, são brutais. E os Old Crucifix são uma excelente banda aqui de Hamina também. E, claro, os Cemetery Fog.

A Finlândia é conhecida por apoiar bastante os músicos. Que tipo de apoio estatal obtêm por praticarem este tipo de música?
Teríamos de tocar thrash metal que soasse como todas as outras bandas de thrash metal que aparecem hoje em dia. Ou, claro, qualquer outra coisa que não metal.

As grandes bandas de metal estão sempre a entrar para a tabela de vendas daí. A cena underground também apoia as bandas na mesma medida?
Não, não apoia. Mas aqui existe muito pouca gente a promover bandas e a dedicar-se a actividades mais underground.

«Shadows From The Cemetery» é reeditado no dia 31 de Março.
Página Bandcamp na Iron Bonehead

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