VERTIGO STEPS

«surface/light»
Ethereal Sound Works
5/5
Se há coisa que Bruno A., estratega dos Vertigo Steps, faz bem, é evoluir. A maturidade da banda tem vindo a ser progressivamente mais vincada a cada novo álbum que edita e este terceiro não é excepção. O modo como os Vertigo Steps conseguem misturar todas as suas imagens de marca – rock e metal progressivo, rock melancólico, ocasionais abordagens vanguardistas – com elementos novos como o trip-hop ou mesmo o shoegaze é absolutamente desarmante. Por outro lado, o lado adulto de «surface/light» dá ao disco um carácter tridimensional, com um lado mais imediato e melódico e outro que carece de um investimento pessoal mais afincado por parte do ouvinte, com a necessária compensação à espera. Este lado mais complexo está todo condensado num tema épico como «The Porcupine Dilemma», que fecha o álbum: pleno de melancolia, partes intimistas, “explosões” de leads enrolados em melodia e poder contido. Niko Mankinen, dos Misery Inc., volta a brilhar a grande altura nas vozes, enquanto Bruno A. se revela um compositor e multi-instrumentista de mão cheia cada vez mais completo e de personalidade musical mais apurada. Daniel Cardoso mantém-se como baterista do projecto, enquanto os “convites” do álbum são entregues a Jan Transit (ex-In The Woods…, que empresta a voz a um dos mais marcantes momentos do álbum), Patrick Karlsson (This Haven), Stein R. Sordal (ex-Green Carnation) e Sophie (Ugarit), que ajudam a tornar «surface/light» uma experiência auditiva ainda mais complexa, completa e compensadora do que os seus antecessores. Este era, com toda a certeza, o disco que o grupo andava à procura de escrever e gravar desde a sua formação.
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