A PLAYLIST DE… MANTAR

pet_127_smEsqueçam o rock’n’roll. Isto magoa. Esta é a ideia base que os Mantar, duo alemão que se estreia nos discos em Fevereiro com «Death By Burning», passam na sua página no Bandcamp. Se nos submetermos à tareia de doom ensopado de feedbacks, black metal e espírito punk que os dez temas proporcionam, somos tentados a concordar. O cagaçal, feito apenas com guitarras, bateria e voz, assume influências de Melvins antigos, Motörhead e Darkthrone e recusa liminarmente a designação “sludge”. A banda escolheu a playlist que passa este domingo na METV e trocou meia-dúzia de palavras connosco.

Como se conheceram e como começou este projecto?
Já nos conhecemos há mais de 15 anos. Andamos quase sempre juntos, a ouvir música, a ir a concertos locais e essas coisas… Fazíamos jams regularmente porque sempre quisemos pertencer os dois à mesma banda, mas nunca se proporcionou por diversos motivos. Finalmente, conseguimos que resultasse o ano passado e começámos imediatamente a escrever canções. Acho que alguma coisa em nós estava à espera disto há já algum tempo, porque ambos consideramos Mantar o melhor projecto que já fizemos. É uma entidade relativamente nova por isso as músicas, a gravação e o interesse de muitas editoras surgiram de forma muito rápida e fácil. Interpreto isso como um sinal.

Como chegaram à furiosa mistura de tudo o que têm na sonoridade do «Death By Burning»? Foi uma receita cuidadosamente testada ou foi tudo feito de modo visceral e natural?
Não houve qualquer parte do cérebro envolvida. Não houve planeamento. Não há mensagem. Apenas uma pura demonstração de poder e de raiva. Não planeámos fazer um determinado tipo de música. É uma espécie de necessidade que existe em nós, calculo eu. E é assim mesmo que soa. Mas temos com certeza muitas influências de outras bandas e música de que sempre gostámos. Nunca seremos capazes de nos libertar totalmente das nossas influências, apesar de não termos qualquer intenção de copiar alguém. A principal intenção, como referi há pouco, é atear fogo e foder algumas coisas. É obviamente uma cena violenta. Gostamos disso.

Têm uma expressão curiosa na vossa página do Bandcamp: “Não lhe chamem sludge”. Numa era em que o sludge é o novo black metal – especialmente para a imprensa – estão a tentar marcar uma posição com essa afirmação?
Bem, basicamente é isso. O sludge não significa nada para mim. Parece que uma carrada de bandas sem ideias andam a chamar-se “Um projecto sludge” para pelo menos fazerem parte de um género cool, mas soam chatas como tudo, com uma absoluta falta de criatividade ou de propósito. Não me interpretem mal, há imensas bandas excelentes associadas a esse género musical, mas actualmente trata-se de uma espécie de etiqueta para grupos que não sabem quais são as suas raízes. Talvez devido ao facto de não terem nenhumas. Não quero saber de classificações ou nomes de género. Que se foda isso.

Podes dar-nos uma ideia geral dos temas que escolheram para a vossa playlist e porquê?
Acho que é uma boa mistura entre material tradicional e coisas novas e interessantes. Há muito thrash metal, o que acaba por fazer sentido, uma vez que temos um background bastante óbvio de punk, apesar de não soarmos nada thrash. [risos] Mas a energia do punk e do thrash é bastante similar. O doom permanece como rei. Adoro essa cena… Aliás, o metal em geral é simplesmente fantástico.

«Death By Burning» é editado no dia 7 de Fevereiro.
Página Bandcamp
A METV pode ser vista na posição 187164 do MeoKanal

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