MORTILLERY

Mortillery_OriginOfExtictionMORTILLERY
«Origin Of Extiction»
Napalm Records
4/5
Os géneros musicais imortais são assim mesmo. Por mais que os maltratem e abusem deles, têm o condão de se regenerarem e, quando menos esperamos, nos atirarem à cara clássicos totalmente inesperados. Numa altura em que é virtualmente impossível seguir todas as jovens bandas que “recuperam” a sonoridade thrash mais clássica, os canadianos Mortillery regressam para um segundo álbum de originais (o primeiro chamava-se «Murder Death Kill» e foi editado em 2011) que de “originais” terá apenas a expressão. E, quando tudo indicava que apenas quem estivesse para ali virado especificamente daria pela proposta de thrash retro do quinteto de Alberta, eis que nos sai um disco com pouquíssimos pontos fracos. Mesmo o facto de tocarem thrash pela cartilha, como tantos outros grupos, é aproveitado pelos Mortillery para irem um pouco mais longe na competição da coesão, riffing preciso e melodias inteligentes – embora old school – quando comparados com a competição. A voz de Cara McCutchen não fica a perder, em nada, com os melhores cantores masculinos do estilo, servindo-nos uma boa dose de intensidade e paixão. E, se o thrash da Bay Area, pesado, intenso e equilibrado com partes mais acessíveis em termos de ritmos e melodias, já foi tão bem feito pelas bandas originais e recuperado vezes sem conta pela actual geração, o facto de «Origin Of Extiction» ser mais um exercício sem mácula, capaz de restaurar o entusiasmo pelo género, é um daqueles casos de que falámos no início deste texto. Ou seja, agora pouca gente pode dar por eles no meio de todo o ruído thrash, mas daqui a 20 anos alguém vai pegar em «Origin Of Extiction» e dizer “Que sacana de disco! Como é que isto não foi grande na altura!?”. E os Mortillery vão levantar-se do sofá e voltar a fazer com que a bandeira do estilo voe bem alto, servindo de inspiração e modelo a toda uma nova geração de fãs. Estão a ver o lado cíclico da questão?
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